quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Ponto de Equilíbrio, a relação Custo-Volume-Lucro
e Margem de Contribuição




Cris Barata
Daniel Monteiro
Lucas Santana
Thomas Santana




Resumo
A Contabilidade de Custos é uma forma de analisar e solucionar problemas em relação à mensuração monetária de estoques e do resultado. Mas com o crescimento das empresas, observou-se que a Contabilidade de Custos pode auxiliar, não apenas Contadores, Auditores e Fiscais, mas também Administradores de maneira bastante eficaz no gerenciamento de uma organização.
O objetivo deste trabalho é apresentar alguns instrumentos da Contabilidade de Custos, que são Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e relação Custo-Volume-Lucro, abordando seus conceitos, a relação entre eles e demonstrando a importância de sua utilização para auxiliar na gestão de uma organização. Durante a pesquisa, essa relação foi considerada de forma generalizada, mas também dando exemplos reais de algumas empresas que adotaram esses sistemas, podendo assim concluir a necessidade das empresas de utilizarem esses métodos.

Palavras-chave: Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição, Custo, Volume, Lucro.




Abstract
The accounting of costs is a way to analyze and solve problems regarding the measurement of monetary stocks and the outcome. But with business growth, it was noted that the accounting of costs can help, not only accountants, auditors and controllers, but also administrators rather effective in managing an organization.
The aim of this paper is to present some means of accounting costs, which are Balance Point, Contribution Margin and Cost-Volume-Proft, approaching its concepts, the relationship between them and demonstrating the importance of its use to assist in the management of an organization. During the search, this relationship was seen across the board, but also giving some real examples of companies that have adopted such systems, thus concluding the need for companies to use such methods.

Keywords: Balance Point, Contribution Margin, Proft, Cost, Volume





1. Introdução

A contabilidade é uma ciência que tem como finalidade controlar o patrimônio das entidades econômico-administrativas, apurar o resultado das atividades da mesma e prestar informações às pessoas que queiram se interar da situação patrimonial e do desempenho dessas entidades. A Contabilidade pode, portanto, ter duas funções: a função econômica, que é a apuração do resultado; e a função administrativa, que é o controle do patrimônio, onde essas duas funções têm um mesmo objetivo que é prestar informações.
No caso da Contabilidade de Custos, ela tem uma função financeira com finalidade de avaliação de estoques, podendo resolver problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado. Porem, com o passar do tempo e com o grande crescimento das empresas, aumento da competitividade, avanços tecnológicos, etc., foi-se notando que a Contabilidade de Custos apresenta uma forma de auxilio no gerenciamento de uma organização. Daí surgiu a Contabilidade Gerencial, que tem como suas duas funções relevantes o auxilio no controle e a ajuda para tomada de decisões.
Para um melhor entendimento, pode-se comparar a Contabilidade Financeira com a Gerencial. A primeira é preparada conforme os princípios fundamentais da contabilidade e é usada para informar a situação da organização para pessoas “de fora” ou externas como acionistas, credores, o governo, etc. Já a Contabilidade Gerencial é preparada de acordo com as necessidades gerenciais da empresa e é usada para dirigir operações atuais, planejar operações futuras e desenvolver estratégias de negócios integradas.
Como já foi dito anteriormente, nos tempos atuais as empresas ficaram mais competitivas, e quem quer ter uma gestão participativa e que busca pela excelência empresarial, precisa que o administrador faça um bom gerenciamento de seus recursos e saiba medir os resultados de maneira eficiente, e este é o papel da Contabilidade de Custos na função gerencial.
Com o objetivo de demonstrar os conceitos e vantagens da Contabilidade de Custos gerencial, vão ser abordados instrumentos (Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e Relação Custo-Volume-Lucro), que podem ser utilizados pelos administradores para se obter informações necessárias, podendo assim estabelecer padrões, orçamentos e previsões, a fim de auxiliar na sua gestão, tendo um maior controle e mais precisão e rapidez nas tomadas de decisões importantes.


2. Relação entre Custo, Volume e Lucro

2.1.Custo

Valor dos bens ou serviços consumidos ou aplicados em um espaço de tempo definido para produzir outros bens ou serviços num determinado período. Todas as empresas, independentemente (da área de atuação (comércio, indústria ou serviços), possuem gastos. Estes gastos se subdividem genericamente em custos , despesas variáveis e despesas fixas.
Gastos relativos à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
A definição mais generalizada de custo é a que o relaciona com “sacrifícios”, que segundo Atkinson (1995; p.90)

“Custo é o sacrifício a ser feito quando se produz ou se adquire algo. A natureza do sacrifício pode ser tangível ou intangível, objetiva ou subjetiva, e pode ter uma ou mais de muitas formas tais como dinheiro, bens, tempo dispendido, renda, segurança, prestígio, poder ou prazer. Em sentido estrito financeiro, custo é a tradução monetária dos sacrifícios necessários consumidos na produção e distribuição de bens e serviços.”





Custos Fixos
São os que se mantêm constantes independente se a empresa esteja parada ou produzindo a nível máximo de sua capacidade. Exemplos típicos: Aluguel. Serviços públicos, seguros, serviços de contabilidade, etc.

Custos variáveis
São aqueles que aumentam ou diminuem proporcionalmente ao nível de atividade da empresa. Exemplos típicos: matérias primas e materiais (na industria), custo de mercadorias adquiridas (empresas comerciais) e impostos sobre faturamento (empresas de prestação de serviços)

Custo Direto
Cada centro de custo integrante de uma unidade necessita, para seu adequado desempenho, de pessoal e material de consumo, alem de incorrer em outras despesas que lhe são claramente atribuíveis para atingir os fins que lhe são próprios. essas despesas constituem o custo direto do centro de custos considerado.

Custo Indireto
Para que um centro de Custos desempenhe suas atividades próprias não são apenas suficientes seus recursos específicos, faz-se necessário também obter o apoio de outros setores da instituição. Neste sentido, parte do custo destes setores de apoio será transferida para os centros de custo que deles se utilizem. o custo que exprime esta utilização e chamado de custo indireto.

Custo Total
É aquele valor que exprime a soma do custo direto e indireto, incorrido por um determinado centro de custo para desenvolver as atividades que lhe são próprias.

Custos Operacionais
Inclui a soma das despesas administrativas e das despesas com vendas. As despesas administrativas refletem todos os gastos incorridos pela área administrativa da empresa (pessoal, manutenção, depreciação de máquinas, etc.), enquanto as despesas com vendas refletem a todos os gastos com a equipe de vendas (salários, comissões, fretes, propaganda, etc.). Mais uma vez, estes gastos devem ser expressos por unidade produzida. O custo de produção total, que permite obter o custo de produção médio para cada litro produzido, engloba os custos fixos e variáveis calculados anteriormente. Os custos unitários são importantes para se fazer comparações diretas com os preços de vendas.

Formação de Preço
O preço de venda de um produto ou serviço nada mais é do que a soma de duas parcelas: custo de aquisição e lucro desejado; ou, em formato matemático:

Preço de Venda = Custo + Lucro

Custo das Mercadorias Vendidas – CMV
A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período.
Custo da mercadoria: é o preço unitário de compra (-) crédito de ICMS, (+) IPI, (+) Frete.

Custo de vendas (soma dos percentuais)
Débito de ICMS

COFINS

PIS Faturamento

Comissões

Descanso Semanal Remunerado (DSR)

Encargos Sociais sobre comissões e DSR

Verba de propaganda/publicidade

Despesas com cobrança/descontos

Incidência dos custos fixos de venda (percentual)

Lucro Desejado (percentual)

2.2.Receita
Entrada monetária que ocorre em uma Entidade (Contabilidade) ou patrimônio (Economia), em geral sob a forma de dinheiro ou de créditos representativos de direitos. Nas empresas privadas a Receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços (chamado no Brasil de faturamento). Classificam-se em operacionais e não-operacionais.
- Receitas Operacionais são as provenientes do objeto de exploração da empresa, e classificam-se em:
Receita da Atividade Técnica ou Principal, que diz respeito à atividade principal da empresa como venda de produtos, mercadorias ou serviços, e
Receita Acessória ou Complementar, que normalmente decorre da receita da atividade principal, e representa rendimentos complementares. No Brasil denomina-se contabilmente esse grupo de Receitas de "Outras Receitas Operacionais", que devem ser compostos basicamente de Receitas Financeiras (juros alugueis, rendimentos).
- Receitas Não-Operacionais são ingressos provenientes de transações (atípicas ou extraordinárias) não incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa.
Na administração pública brasileira, as receitas se dividem em receitas correntes e de capital, receitas orçamentárias e extra-ornamentarias. Como receitas orçamentárias, aquelas que são incluídas na lei (anual) orçamentária do exercício. Todavia, as receitas orçamentárias são consideradas realizadas quando arrecadadas (regime de caixa), se diferenciando nesse ponto das receitas realizadas das empresas privadas.
Nestas, Receitas do Exercício (ver princípios contábeis) são aquelas ganhas (geradas, realizadas) nesse período, não importando se tenham sido recebidas ou não.
Receitas a Receber são aquelas ganhas (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas ainda não recebidas.
Receitas Diferidas representam recebimentos adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de serviço futuro, ou a entrega posterior de bens.

2.3. Relação Custo/volume/lucro e ponto de equilíbrio

De acordo com TAFNER (1993:55) “a análise custo/volume/lucro estuda as inter-relações entre quatro fatores: custo, receita, volume e lucro. Esta análise pode estabelecer efeitos da mudança de um ou mais desses fatores sobre os outros e suas inter-relações...”… ”Juntamente com o planejamento de lucros, a análise de custo/volume/lucro facilita a escolha custo de ação mais desejável na forma operacional: o curso de ação mais desejável é o que apresentar as inter-relações de custo, receita, volume e lucros mais satisfatórios. Apuramos este curso de ação mediante testes sucessivos. Repetidamente mudamos um ou mais dos quatro fatores e anotamos o seu efeito. Análise de custo/volume/lucro, para usar um termo moderno empregado em outras disciplinas, são simulações de operações.”
Segundo IUDÍCIBUS (1993:134), “O ponto de “ruptura”, ou de equilíbrio é aquele volume em que as receitas totais se igualam aos custos totais.” No ponto de equilíbrio não há lucro nem prejuízo.
Essa informação do ponto de equilíbrio é de grande importância porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar conseguindo cobrir todos os custos variáveis das unidades vendidas ou produzidas, e também cobrir todos os custos fixos.
A análise custo-volume-lucro (CVL) é um item relevante para a gestão empresarial. De acordo com Garrison (2001, p. 163):
“[...] a análise custo–volume-lucro é uma das ferramentas mais eficientes de que os administradores dispõem. Ela nos ajuda a entender a inter-relação entre custo, o volume e o lucro de uma organização. Uma vez que a análise de CVL ajuda os gestores a compreender as inter-relações entre custo, volume e lucro, ela é considerada um instrumento vital em muitas decisões empresariais, como, por exemplo, quais produtos fabricar ou vender, qual política de preços a seguir, qual estratégia de mercado adotar e que tipo de instalações produtivas adquirir.”

Equação do Lucro
As formulas de CVL podem ser utilizadas para determinar o volume necessário de vendas para atingir uma meta de lucro. Para que possa entender essa equação é preciso que se conheça o conceito das fórmulas utilizado.

L = MC X Q – CF


3.0. Margem de Contribuição

3.1. O que é Margem de Contribuição

Margem de Contribuição é a diferença entre a receita ou preço de venda e os custos e despesas variáveis referente às unidades vendidas. Em outras palavras, é o valor com que cada produto contribui, após honrar com os custos e despesas gerados por sua produção e venda (variáveis), para o pagamento dos custos fixos e, posteriormente, formação de lucros.
Para Garrison (2001, pg. 164 e165):

[...] a margem de contribuição é o que resta da receita de vendas após a dedução das despesas variáveis. Assim, ela é o montante disponível para cobrir as despesas fixas e, em seguida prover os lucros – a margem de contribuição é utilizada, primeiro para cobrir as despesas fixas e, depois, o que sobra vai para os lucros. A margem de contribuição como porcentagem das vendas denomina-se como margem de contribuição percentual [...]


A Margem de Contribuição pode ser calculada de forma unitária ou total. A Margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. Conseqüentemente, o produto entre a Margem de Contribuição Unitária e a quantidade vendida representa a Margem de Contribuição Total, a qual também pode ser calculada pela mesma metodologia. Assim, o somatório das diferenças entre as receitas totais de cada produto e seus custos e despesas variáveis também corresponde à Margem de Contribuição Total, que se destinará ao pagamento dos custos fixos. Quando a Margem de Contribuição Total for maior que o montante de custos e despesas fixas, a empresa terá lucro; quando for menor, a empresa terá prejuízo.

3.2. Como a margem de contribuição pode ajudar na situação da empresa

A Margem de Contribuição é um importante instrumento que fornece informações fundamentais à avaliação de desempenho gerencial e à tomada de decisão com o objetivo de maximizar o lucro. A partir dela, uma grande diversidade de análises podem ser realizadas no ambiente empresarial, sendo que cada foco de avaliação pode ser direcionado para uma finalidade específica.
A Margem de Contribuição pode ser aplicada sobre diversos focos, como por exemplo, avaliação de produtos isolados ou por segmentos, de grupos de consumidores, de vendedores, entre outros. Contudo, muitas empresas, sobretudo as de menor porte, ao se deterem apenas em análises tradicionais (Margem de Contribuição por produtos individualizados ou simplesmente pelo resultado global da empresa) ou até mesmo ao não utilizarem essa ferramenta em questão, tomam suas decisões com base em informações que podem não descrever a realidade do negócio em sua totalidade. Um dos fatores responsáveis é a dificuldade encontrada na implementação de controles que subsidiem uma maior diversidade dos focos de análises. (HORNGREN 1989, p 213)
A Margem de Contribuição é uma poderosa ferramenta para avaliação do desempenho gerencial. Através da aplicação de sua metodologia, a empresa pode subsidiar a elaboração de planejamentos estratégicos e embasar o processo de tomada de decisão em informações completas e consistentes, melhorando significativamente seu desempenho no mercado a partir da sustentação de uma postura mais competitiva.
Os controles e análises aqui discutidos podem ser implementados em todos os tipos de empresas, grandes ou pequenas, independente de seu ramo de atuação, pois a aplicação do conceito de Margem de Contribuição é válida e de idêntica operacionalização para todos os empreendimentos. A única diferença prática reside no fato que, conforme observações empíricas, não há o hábito do aprofundamento de tais controles e análises nas MPE’s, o que ocorre em função de sua cultura organizacional e gerencial estar moldadas predominantemente a estruturas de negócios mais simplificadas. O problema é que, na atualidade, devido às características do moderno mercado globalizado, mesmo as MPE’s estão cada vez mais inseridas em ambientes complexos que exigem eficácia em seu desempenho e competitividade como condições básicas à sua sobrevivência no mercado.
Assim, a diversificação dos focos de análise gerencial pela metodologia da Margem de Contribuição é apresentada como um indispensável instrumento, já que através de suas diversas aplicações o gestor pode: a) identificar as áreas que geram retornos mais elevados e demandam maiores preocupações; b) decidir quanto à implementação de políticas de incentivo ou restrição a determinados produtos; c) identificar o volume mínimo de vendas necessário para cobrir os custos fixos e gerar lucros; d) calcular níveis de preços competitivos, mas rentáveis; e) analisar e gerar informações sobre o processo produtivo; f) formar o mix de produção que maximize o resultado, entre outros.


4.0. Ponto de Equilíbrio

4.1. O que é ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá o lucro de um determinado valor. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir, para que não amargue um prejuízo, como também não estará conquistando lucro.
O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é o mais comum e tradicional para análises, onde o valor das receitas iguala-se ao das despesas. É o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária. Nesse aspecto, não haveria lucro e nem prejuízo contábil. Alguns especialistas ressaltam que esse aspecto já estaria ultrapassado pelo fato de não considerar plenamente os interesses dos gestores, embora seja bastante utilizado para auxilio na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro .

4.2. Para que é usado e sua contribuição na empresa

O conhecimento deste indicador é muito importante para a sobrevivência de um empreendimento. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e, na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc) estarão beirando a margem da sobrevivência, não obtendo nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Esquematicamente o ponto de equilíbrio contribui para as empresas nos seguintes aspectos:

a) determinar a Receita Geral do Ponto de Equilíbrio do negócio na construção de um projeto;
b)saber qual o Nível de utilização da capacidade instalada;
c)auxiliar na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro;
d)possibilita uma avaliação e planejamento de ajustes necessários.





4.3 Sua relação com a margem de contribuição


Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio necessita-se do conhecimento do conceito de Margem de Contribuição, anteriormente citado, pois os dois estão diretamente relacionados. Para Padoveze (1997,p.257), representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição, nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis. Este resultado, que é a Margem de Contribuição, deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue ao Ponto de Equilíbrio.




3.0. Margem de Contribuição

3.1. O que é Margem de Contribuição

Margem de Contribuição é a diferença entre a receita ou preço de venda e os custos e despesas variáveis referente às unidades vendidas. Em outras palavras, é o valor com que cada produto contribui, após honrar com os custos e despesas gerados por sua produção e venda (variáveis), para o pagamento dos custos fixos e, posteriormente, formação de lucros.
Para Garrison (2001, pg. 164 e165):

[...] a margem de contribuição é o que resta da receita de vendas após a dedução das despesas variáveis. Assim, ela é o montante disponível para cobrir as despesas fixas e, em seguida prover os lucros – a margem de contribuição é utilizada, primeiro para cobrir as despesas fixas e, depois, o que sobra vai para os lucros. A margem de contribuição como porcentagem das vendas denomina-se como margem de contribuição percentual [...]


A Margem de Contribuição pode ser calculada de forma unitária ou total. A Margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. Conseqüentemente, o produto entre a Margem de Contribuição Unitária e a quantidade vendida representa a Margem de Contribuição Total, a qual também pode ser calculada pela mesma metodologia. Assim, o somatório das diferenças entre as receitas totais de cada produto e seus custos e despesas variáveis também corresponde à Margem de Contribuição Total, que se destinará ao pagamento dos custos fixos. Quando a Margem de Contribuição Total for maior que o montante de custos e despesas fixas, a empresa terá lucro; quando for menor, a empresa terá prejuízo.

3.2. Como a margem de contribuição pode ajudar na situação da empresa

A Margem de Contribuição é um importante instrumento que fornece informações fundamentais à avaliação de desempenho gerencial e à tomada de decisão com o objetivo de maximizar o lucro. A partir dela, uma grande diversidade de análises podem ser realizadas no ambiente empresarial, sendo que cada foco de avaliação pode ser direcionado para uma finalidade específica.
A Margem de Contribuição pode ser aplicada sobre diversos focos, como por exemplo, avaliação de produtos isolados ou por segmentos, de grupos de consumidores, de vendedores, entre outros. Contudo, muitas empresas, sobretudo as de menor porte, ao se deterem apenas em análises tradicionais (Margem de Contribuição por produtos individualizados ou simplesmente pelo resultado global da empresa) ou até mesmo ao não utilizarem essa ferramenta em questão, tomam suas decisões com base em informações que podem não descrever a realidade do negócio em sua totalidade. Um dos fatores responsáveis é a dificuldade encontrada na implementação de controles que subsidiem uma maior diversidade dos focos de análises. (HORNGREN 1989, p 213)
A Margem de Contribuição é uma poderosa ferramenta para avaliação do desempenho gerencial. Através da aplicação de sua metodologia, a empresa pode subsidiar a elaboração de planejamentos estratégicos e embasar o processo de tomada de decisão em informações completas e consistentes, melhorando significativamente seu desempenho no mercado a partir da sustentação de uma postura mais competitiva.
Os controles e análises aqui discutidos podem ser implementados em todos os tipos de empresas, grandes ou pequenas, independente de seu ramo de atuação, pois a aplicação do conceito de Margem de Contribuição é válida e de idêntica operacionalização para todos os empreendimentos. A única diferença prática reside no fato que, conforme observações empíricas, não há o hábito do aprofundamento de tais controles e análises nas MPE’s, o que ocorre em função de sua cultura organizacional e gerencial estar moldadas predominantemente a estruturas de negócios mais simplificadas. O problema é que, na atualidade, devido às características do moderno mercado globalizado, mesmo as MPE’s estão cada vez mais inseridas em ambientes complexos que exigem eficácia em seu desempenho e competitividade como condições básicas à sua sobrevivência no mercado.
Assim, a diversificação dos focos de análise gerencial pela metodologia da Margem de Contribuição é apresentada como um indispensável instrumento, já que através de suas diversas aplicações o gestor pode: a) identificar as áreas que geram retornos mais elevados e demandam maiores preocupações; b) decidir quanto à implementação de políticas de incentivo ou restrição a determinados produtos; c) identificar o volume mínimo de vendas necessário para cobrir os custos fixos e gerar lucros; d) calcular níveis de preços competitivos, mas rentáveis; e) analisar e gerar informações sobre o processo produtivo; f) formar o mix de produção que maximize o resultado, entre outros.

4.0. Ponto de Equilíbrio

4.1. O que é ponto de equilíbrio

Ponto de equilíbrio nada mais é do que o valor que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No Ponto de Equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo.
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá o lucro de um determinado valor. Multiplicado pelo total das vendas, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir, para que não amargue um prejuízo, como também não estará conquistando lucro.
O ponto de equilíbrio contábil ou operacional é o mais comum e tradicional para análises, onde o valor das receitas iguala-se ao das despesas. É o quociente simples da divisão dos valores dos custos e despesas fixas pela margem de contribuição unitária. Nesse aspecto, não haveria lucro e nem prejuízo contábil. Outrossim, alguns especialistas ressaltam que esse aspecto já estaria ultrapassado pelo fato de não considerar plenamente os interesses dos gestores, embora seja bastante utilizado para auxilio na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro .


4.2. Para que é usado e sua contribuição na empresa
O conhecimento deste indicador é muito importante para a sobrevivência de um empreendimento. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e, na maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave que às vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível, material de expediente, pró-labore, etc) estarão beirando a margem da sobrevivência, não obtendo nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis, incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade. É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Esquematicamente o ponto de equilíbrio contribui para as empresas nos seguintes aspectos:
a) determinar a Receita Geral do Ponto de Equilíbrio do negócio na construção de um projeto;
b)saber qual o Nível de utilização da capacidade instalada;
c)auxiliar na tomada de decisão de caráter mais urgente, quando a decisão de acertar com algum cliente possa proporcionar um elevado potencial gerador de receitas e lucros no futuro;
d)possibilita uma avaliação e planejamento de ajustes necessários.

4.3 Sua relação com a margem de contribuição


Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio necessita-se do conhecimento do conceito de Margem de Contribuição, anteriormente citado, pois os dois estão diretamente relacionados. Para Padoveze (1997,p.257), representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição, nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis. Este resultado, que é a Margem de Contribuição, deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue ao Ponto de Equilíbrio.

5.0. Estudo de Caso

Várias empresas utilizam as técnicas de contabilidade gerencial devido a sua importância no processo de gestão das empresas, fornecendo subsídios importantes para a tomada de decisões e elaboração dos preços. A seguir, vamos apresentar alguns casos de empresas que utilizam a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio e o grau de importância desses instrumentos na visão dessas empresas.

Subsidiarias brasileiras de Multinacionais
Em uma pesquisa realizada por Marcos Antonio de Souza (Professor do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis da UNISINOS – RS), Lázaro Plácido Lisboa (Professor Doutor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP) e Welington Rocha (Professor Doutor do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP) – revista Contabilidade e Finanças, USP, São Paulo – foram analisadas quarenta e nove empresas que foram pesquisadas no período que compreende o segundo semestre de 2000 e o primeiro trimestre de 2001.
A pesquisa constatou que trinta e quatro das empresas pesquisadas (o equivalente a aproximadamente 70% do total) não encontram na margem de contribuição o uso e utilidade tão destacados pela literatura, ou seja, para essas empresas a margem de contribuição não é de suma importância como enfatizada nos livros de contabilidade.
As empresas não utilizam efetivamente os estudos sobre custo-volume-lucro – ponto de equilíbrio, demonstrando que a aplicação rotineira de tal prática contábil gerencial não é expressiva

6.0. Conclusão

É preciso que o gestor tome conhecimento desses instrumentos da Contabilidade (Ponto de Equilíbrio, Margem de Contribuição e Relação CVL) para que sal administração seja mais organizada e eficaz, pois utilizando-os, se tem uma visão melhor da situação da empresa, permitindo uma melhor análise, e consequentemente, as decisões tomadas terão mais resultados positivos e terão um maior controle sobre a situação da empresa.
É fato de que um sistema de Custos bem definido é muito importante para o desenvolvimento e melhoramento gerencial de uma empresa, pois ter um controle interno bem organizado é uma excelente fonte de informaçao para o gestor. Por isso o Custo Gerencial é necessário, pois ele permite a utilização da Contabilidade de Custos em vários segmentos da organização, podendo assim projetar cenários e encontrar alternativas que resultem em tomadas de decisões precisas e seguras, atingindo os objetivos traçados para a empresa. Além disso são fundamentais para o processo de planejamento do lucro, ajuste do preço de venda, estratégias de marketing, análise dos efeitos do custo sobre o lucro e a análise do potencial de lucro da empresa.

Nenhum comentário: